quinta-feira, 31 de março de 2011

Carnaval 2011 por Anderson Machado

Quando escrevi Folião, às vésperas do carnaval, não tinha idéia que o verso final expressaria com tanta exatidão o sentimento presente no peito agora, passada a folia.
Nunca escondi de ninguém o quanto amo o Carnaval, mais ainda escola de samba e, mais especificamente, a Asfaltão. E neste ano fiquei ainda mais orgulhoso da minha Escola, fiquei feliz porque mais uma vez vi que a Família Asfaltão faz Carnaval por amor, amor à cultura, a Porto Velho, às nossas crianças, aos brincantes e ao público. Nossa Escola fez um desfile muito lindo, alegorias, fantasias, desfile compacto, cantando o samba com muita alegria, embalada pela excelente bateria Pura Raça.
Aliás, a Pura Raça merece um prêmio especial, afinal, foi a única bateria que saiu do “feijão com arroz”, da mesmice, fez paradinhas, evolução e coreografias de verdade, além do já conhecido show de competência no samba. Só a Pura Raça trouxe crianças tocando pra avenida, isto porque a Asfaltão é Escola de Samba e faz carnaval pras presentes e futuras gerações.
Na segunda-feira, fui prestigiar os desfiles Rádio Farol, São João Batista e Os Diplomatas do Samba. No desfile desta última aconteceu um triste imprevisto que prejudicou seriamente toda a passagem da escola. Quando a terceira alegoria iniciou seu desfile, muitos imaginaram que havia algo errado, afinal, o gelo seco que saia do caro dava a impressão de incêndio e o estranho movimento da alegoria encobria quase completamente os destaques, mas tudo bem (podia ser “estilo”), até que o tal carro alegórico desviou repentinamente para a direita e simplesmente travou, bem na frente do recuo da bateria. Foi um corre-corre geral, as alas que estava à frente do carro seguiram desfile e as outras ficaram para trás. Resultado? Um enorme buraco na escola. Neste instante, viu-se a tristeza e até um certo desespero estampado na face de muitos brincantes e até dirigentes da escola, pois era impossível, pensava-se, que os jurados de quesitos como Evolução, Alegorias e Adereços e Enredo – pra citar só três – tivessem coragem de dar nota maior que 8,0 (oito) pra Diplomatas do Samba. O intervalo entre as alas foi tão grande que teve gente pensando que o desfile era em dois atos..(rsrs). A contagem do enredo foi atrapalhada pela mudança da ordem das alas e alegorias. Deu pane geral na escola e só dez minutos depois que o terceiro carro quebrou, diretores da escola (e de outras) mandaram as alas que vinham atrás ultrapassá-lo, mais dez minutos e a bateria fez o mesmo, depois de ser, literalmente, atropelada pela alegoria; e, passados mais uns cinco minutos, tendo conseguido se desengatar dos cabos elétricos em que se enrolou, seguiu, totalmente fora de lugar, a terceira alegoria. Tudo isto filmado e registrado pra posteridade...
Todos, menos os jurados e a direção da FESEC, saíram da avenida na segunda-feira apontando a vitória da Asfaltão como certa, por tudo que aconteceu nos dois dias de desfile.
Na terça-feira, mais uma vez fiquei orgulhoso. Com a abertura dos envelopes com as notas, ficou evidente que algo de muito misterioso ocorrera, mas a reação da família Asfaltão foi a mais digna. Enquanto a turma beneficiada pela safadeza de alguns jurados estava envergonhada e sequer conseguia cantar o próprio samba-enredo (será que conheciam a letra?), ritmistas, brincantes de diversas alas e diretores da Asfaltão cantavam com todas as forças o samba-enredo da verdadeira campeã.
Por falar em jurados, estou convencido, das duas uma: ou assistiram um desfile completamente diferente daquele assistido por todas as outras pessoas ou foram convencido$ que “vale a pena ser vilão”.
É certo que o resultado declarado na terça-feira não permanecerá incólume, pois existem muitas provas do direcionamento feito para beneficiar a escola declarada campeã, porém, mais importante que o título, que o campeonato, é fazer a reflexão correta. É preciso que os envolvidos nos vergonhosos fatos que culminaram com as delirantes notas dadas pelos jurados, totalmente contrárias ao que se viu na avenida, pensem no que é mais importante, lembrem-se que o Carnaval é maior que todas as agremiações, todas as diretorias, é maior que qualquer projeto político pessoal. É preciso lembrar que pouco ou nada adianta vencer uma disputa se isto significa ter que rasgar os princípios da ética e ignorar o respeito ao público, aos brincantes, aos artistas e à própria expressão cultural que é o carnaval.
Ou desta vez faz-se uma assepsia total na organização do carnaval, especialmente na FESEC, ou corremos o sério risco de ver condenada à morte dolorosa, a mais comunitária e socialmente mobilizadora face do carnaval.
O momento de salvar o carnaval é agora!

Carnaval 2011 por Oscar Knightz

TÍTULO MANCHADO – VALE A PENA SER VILÃO???

O jornalista Boris Casoy, âncora de um importante jornal de uma emissora da televisão brasileira, costuma utilizar o bordão “ISTO É UMA VERGONHA”, para expressar sua indignação contra as mazelas, falcatruas e absurdos cometidos em nosso país, pois bem farei uso dessa expressão para tornar público o meu descontentamento contra a balburdia, provocada pela turma do mal, que tomou conta do nosso carnaval.

Há um grupo de pessoas nefastas e desprezíveis, no meio carnavalesco, que faz de tudo para conquistar benefícios, tal e qual se fazia lá nos tempos milenares da antiga Grécia, Roma e Egito para se chegar ao poder, tais como, matar pai, mães, irmãos e outros parentescos. Essas pessoas, travestidos de bons moços são o que há de pior em se tratando de honestidade, decência e moral.

O título de carnaval assoberbado pela escola de samba “OS DIPLOMATAS”, da forma sacana, cínica e desleal não contribui em nada para a melhoria e a credibilidade do carnaval de rua de Porto Velho, notadamente no que diz respeito às escolas de samba, não enobrece e nem dignifica suas cores e sua história, muito pelo contrário, mancha e enlameia suas tradições, joga na vala da podridão algo que foi construído com muita luta e suor, amor e paixão pelos seus grandes baluartes, Eliezer Santos (Bola Sete), Leônidas O’Carol Chester, Roosevelt Pierre Maturim, Bizigudo, Pelado, D, Porfiria, Bainha, o próprio Cabeleira e tantos outros.

Eu estava lá nos camarotes, como tantas outras pessoas, na segunda-feira de carnaval e vimos quando o último carro da escola de samba “Os Diplomatas” quebrou, exatamente bem à frente dos camarotes, local onde a maioria do corpo de jurados se encontrava. O acidente causou um tremendo alvoroço, correria e desespero por parte de seus brincantes e diretores. A ala que estava à frente desse carro foi-se embora abrindo um buraco de mais de 70 metros, duas outras alas ficou atrás sem poder passar, além da bateria que estava no local do recuo. Como não havia força suficiente para retirar o carro quebrado o jeito foi contar, além dos diretores e empurradores, com policiais, bombeiros e até componentes da bateria. O carro precisou ser empurrado para trás por aproxidamente uns 20 metros, a bateria teve que fazer uma volta por trás da alegoria quebrada e as duas alas que se encontravam ainda atrás tiveram que sair espremida pelo carro e a lateral das paredes dos camarotes. A cena foi triste.

O que ocorreu no desfile dos Diplomatas, com a citada alegoria em qualquer lugar do país que se faça carnaval de escola de samba, no mínimo, teria prejudicado 04 quesitos de julgamentos: Harmonia, Evolução e Enredo. Vamos à análise de acordo com o Manual de Critérios de Julgamentos dos Quesitos, distribuídos aos capacitados e competentes jurados, pela FESEC – Federação das Escolas de Samba de Porto Velho.

QUESITO HARMONIA

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Harmonia, em desfile de Escola de Samba, é o entrosamento entre o ritmo e o canto.

Para conceder notas de 07 (sete) a 10 (dez) pontos, o Julgador deverá considerar:

• a perfeita igualdade do Samba Enredo, pelos componentes da Escola, em consonância com o “Puxador” ( Cantor Intérprete do Samba) e a manutenção de sua tonalidade;

• o canto do Samba- Enredo, pela totalidade da Escola;

• a harmonia do samba.

Não levar em consideração:

• A eventual pane no carro de som e/ou no sistema de sonorização da passarela.

Análise: No intervalo que se abriu em função do grande buraco entre a ala que foi embora e a alegoria quebrada não havia componentes da escola cantando o samba de enredo, portanto jamais poderia ser atribuída nota máxima a esse quesito, o erro foi muito grave, por que não dizer absurdo, cometidos por julgadores indecentes e mal intencionados;

QUESITO EVOLUÇÃO

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Evolução, em desfile de Escola de Samba, é a progressão da dança de acordo com o ritmo do Samba que está sendo executado e com a cadência da Bateria.

Para conceder notas de 07 (sete) a 10 (dez) pontos, o Julgador deverá considerar:

• a fluência da apresentação. Personalizando, portanto, A OCORRÊNCIA DE CORRERIAS E DE RETROCESSO E/OU RETORNO DE ALAS, DESTAQUES E/OU ALEGORIAS;

• a espontaneidade, a criatividade, a empolgação e a vibração dos desfilantes;

• a coesão do desfile, isto é, A MANUTENÇÃO DE ESPAÇAMENTO O MAIS UNIFORME POSSÍVEL entre Alas e Alegorias, penalizando, portanto, a abertura de claros (buracos) e a embolação de Alas e/ou Grupos (ex: uma Ala penetrando na outra).

Não levar em consideração:

• A abertura de claros (buracos) que ocorram por necessidades técnicas naturais do desfile, dentro dos limites necessários, ou seja, os espaços exigidos para:

• Exibição de Mestres-Salas, Porta-Bandeiras, Comissões de Frente e coreografias especiais;

• Colocação e retirada de Baterias de seus recuos próprios.

• O eventual retrocesso de parte ou da totalidade de uma Ala, para a execução de coreografias ou representações teatrais, desde que não seja para ocupar um espaço vazio causado por erro da própria Agremiação.

• a eventual pane no carro de som e/ou no sistema de sonorização da Passarela;

Análise: Devido ao grande buraco que se abriu entre a ala que foi embora, a alegoria quebrada e as outras duas alas restantes e bateria, não houve espaçamento uniforme entre essas alas, houve sim muita correria e retrocesso da bateria e do carro quebrado. Novamente as figurinhas carimbadas (jurados) deram nota máxima nesse quesito. O manual foi jogado no poço da imoralidade.

QUESITO ENREDO

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Enredo, em desfile de Escolas de Samba, é a criação e a apresentação artística de um tema ou conceito.

Para conceder notas de 07 (sete) à 10 (dez) pontos, o Julgador deverá considerar:

• O argumento ou tema, ou seja, a idéia básica apresentada pela escola;

• O desenvolvimento geral do tema proposto:

• Apresentação seqüencial das diversas partes (alas, alegorias, fantasias, etc.) que irá possibilitar o entendimento do tema ou argumento proposto, de acordo com o roteiro previamente fornecido pela Escola;

• Criatividade (não confundir com ineditismo);

• Adaptação, ou seja, a capacidade de compreensão do enredo a partir da associação entre o Tema ou Argumento proposto e o seu desenvolvimento apresentado na Avenida (Fantasias, Alegorias e outros elementos plásticos).

Penalizar:

• A troca de ordem e/ou a presença, em desfile, de Alegorias ou Alas que estejam em desacordo com o roteiro fornecido pela escola;

• A ausência de Alegorias ou Alas que estejam previstas no Roteiro fornecido pela Escola.

Não levar em consideração:

• A brasilidade do enredo, ou seja, se a Escola, por ventura, não apresentar enredo baseado em tema exclusivamente nacional.

Análise: Neste quesito foi desrespeitados os itens que falam da apresentação seqüencial das diversas partes (alas, alegorias, fantasias, etc). Não houve penalização pela troca de ordem da alegoria, uma vez que as duas alas restantes tiveram que passar á frente do carro enquanto o mesmo era empurrado para trás. Sabem qual foi a nota atribuída pelos jurados, 10 (dez), nota 10 (dez)!!!!!!

Finalizando ratifico minha indignação contra a turma do mal, não se pode ganhar títulos a qualquer custo, a qualquer modo, não se pode desobedecer as regras que foram criadas para o ordenamento dos desfiles, a FESEC não pode ficar à mercê de pessoas inescrupulosas que fazem uso da posição que ocupam na instituição para prejudicar as pessoas que só querem o bem do nosso carnaval. A FESEC existe para proteger e defender as agremiações a ela filiadas e não para beneficiar e privilegiar uma agremiação em detrimento às outras.

As vezes fico à me perguntar qual a principal razão para que a Escola de Samba Asfaltão seja constantemente aviltada no carnaval, eu tenho absoluta certeza que as pessoas decentes, imbuídas dos bons propósitos, cujas personalidades cultivam as práticas dos valores morais não aceitam este tipo de conquista. As instituições carnavalescas (escolas de samba) que se sentiram prejudicadas não podem e não devem se calar diante de tanta bandalheira, tem sim a obrigação de procurar seus direitos, pedir a desfiliação da inoperante FESEC sob pena de o nosso carnaval sucumbir de vez. Mesmo assim ainda acredito na força e no triunfo do bem, o mal um dia terá seu destino cruel e por si só se destruirá. Fica no ar a pergunta que não se cala. VALE A PENA SER VILÃO????

Por:

OSCAR DIAS KNIGHTZ

Músico, Sambista e Carnavalesco

Carnaval 2011 Por Artur Quintela

Por Artur Quintela

Tenho mantido o silêncio desde o encerramento do Carnaval. Não sou muito de provocar celeumas. Mas não deixaria passar “barato” o deste ano.

É mister, entretanto, esclarecer uma coisa. Antes que pensem que estou “puxando a brasa pra minha sardinha” adianto que só tenho um time de coração, só tenho uma escola de samba de coração e só tenho um bumbá de coração.

Pode parecer estranho, mas a verdade é essa. Sou Garantido, sou Flamengo e sou Mangueira. Costumo brincar fazendo um arremedo de poesia para completar: “Sou feliz a vida inteira / Quando não é um, é outro na dianteira”.

Aqui em Porto Velho, onde cheguei no fim de 1961, conheci (ainda criança) o que seria a Escola de Samba Diplomatas. Mas nunca tive além de boas amizades com os brincantes e dirigentes, dentre eles o saudoso Leônidas, querido amigo e grande sambista.

Ali também vim a conhecer Bainha, outro grande mestre sambista, hoje idolatrado por toda a comunidade artística da Porto do porto do rio.

Mas, voltando ao Rio de Janeiro para concluir os estudos, voltei às barras de minha querida verde-e-rosa, sendo frequentador assíduo do Buraco Quente, onde tive o prazer de estar junto com Mestre Cartola, Dona Zica, Beth e outras personalidades de nosso samba. Ali, tendo Mestre Delegado ao lado, na quadra (ainda descoberta) aprendi alguns passos de Mestre Sala criados pelo próprio e que se tornaram “obrigatórios” para os discípulos que queriam representar a mais tradicional de todas as escolas de samba que conheci.

Nunca fui sambista dos bons, mas sei “dizer no pé” algumas frases e não me inibo quando tenho que demonstrar, tudo pelo grande carinho que sempre tive e tenho pela Mangueira.

Ao voltar para Porto Velho (1972) meu papo com o samba local era raro, tendo feito algumas composições – a pedido ou por provocação – que nunca foram, de verdade, para o asfalto. Fiquei mais no repertório que me fizera músico na Cidade Maravilhosa – Jovem Guarda.

De uns tempos para cá, coisa de poucos anos, conheci uma turma que se fazia cercar por velhos companheiros das rodas de samba – sempre regadas a um bom trago. A convite do amigo Silvio Santos fui à inauguração da Toca do Tigre – na realidade uma re-inauguração do Bar do Chulé.

Lá chegando fui recebido com auêês no microfone, bem mandado por Jair Monteiro, Oscar Knightz, Ênio, Chiquinho do Cavaco (meu amigo Chico Mendes), dentre outros. Nem sabia direito onde estava entrando, mas cheguei, sentei e curti um repertório de samba da melhor qualidade.

Nesse fui chegando, fui chegando e fui ficando... acabei conhecendo a Família Asfaltão. Não a Escola de Samba Unidos do Asfaltão. A FAMÍLIA ASFALTÃO. Presidida pela amigo Reginaldo, ex-companheiro de Banco do Brasil, filho do amigo Campos e Dora, ex-companheiros da MIBRASA, a Escola tinha (e tem) muito mais de família do que de uma tradicional escola de samba.

Com carinho e respeito fui recebido e, da mesma maneira, tenho retribuído a todos os que lutam pela grandiosidade do samba e do carnaval naquela família.

E é em nome desse carinho que me sobe a indignação.

Ano passado, após o julgamento dos quesitos na avenida, algumas reclamações surgiram por parte dos que perderam o campeonato, dentre todos, a Asfaltão. Estive na Tenda e conversei com todos. O que mais me espantava é que, mesmo sentindo-se pilhados, os dirigentes e brincantes mantinham a serenidade e – para pasmar – grande felicidade pelo desfile realizado. Naquela época, lembro bem, o adereço da cabeça da porta-estandarte havia caído e nenhum dirigente procurou sanar o problema, tendo sido a escola prejudicada em mais de um ponto pelos jurados que lhe atribuíram notas. Conversa vai, conversa vem, assumiu-se ali, ainda na euforia do carnaval, um compromisso para o ano seguinte: fazer um desfile ainda melhor.

Havia votos contrários, claro. A Asfaltão ficara com dívidas em virtude do Governo do Estado haver se negado a contribuir com o pactuado anteriormente. Também havia a questão de uma jurada que seria familiar do presidente de outra escola e que estava na cronometragem...

Mas, a serenidade prevaleceu e o samba tomou conta do ambiente, enchendo a todos de alegria.

Um ano passou-se... Um ano inteiro de projetos, planejamento, quitação de dívidas antigas e assunção de novas... escolha do tema, contratação de profissionais da arte... composição do samba-enredo... tudo nos conformes...

Aí veio o desfile.

Fui no primeiro dia. No segundo não fui. Daí a razão para ter ficada tanto tempo quieto, sem manifestar-me.

Ora, em 2010, os dirigentes e brincantes da Diplomatas estavam ao meu lado na hora da Asfaltão. E ficaram boquiabertos com o desfile apresentado. Luzes, música, samba, bateria... destaques... tudo dava certo, exceto o capacete da porta-estandarte... e perdeu-se o troféu de campeã.

Então... em 2011 nada daquilo podia acontecer. E não aconteceu. O desfile da Asfaltão foi lindo, simplesmente, exuberante. Cores e luzes na medida certa. Samba-enredo nota dez. Destaques, idem.

Então... a arqui-rival teria que vir com muito mais. E aí, não entro no mérito. Não assisti ao desfile da Diplomatas. Não poderia atribuir-lhe uma nota sequer. Estava em outro compromisso que me tomou todo o dia, entrando pela noite.

Mas veio a notícia. Uma das alegorias da vermelho e branco quebrara. Truncara todo o desfile. Prejudicou a evolução. Não houve harmonia. As alas deixaram buracos, como se dispersas estivessem. O desespero tomara a Avenida dos Imigrantes. Até autoridades foram pra pista para ajudar a escola a “desembaraçar o carro”.

Nada contra a escola do amigo Eufrásio. Mas, a cidade inteira comentou o que saiu na mídia escrita, falada, televisionada: A Diplomatas seria penalizada em alegoria, harmonia, evolução... no mínimo. Um ponto, cada. Ainda havia o quesito enredo. Atrapalhado bastante, já que a sequencia das alas foi alterada (previsto no regulamento para penalização).

E... Diplomatas recebeu nota máxima exatamente nestes quesitos. E ganhou o título pela quarta vez seguida.

Lembrou-me Rica Perrone e o caso da Taça das Bolinhas. Irritado com os dirigentes de seu clube (principalmente Juvenal) que recebera o troféu o jornalista (são-paulino roxo) esbravejou que não estavam honrando o esporte, mas sim, preocupados com seu próprio clube. Que o Esporte se danasse.

Assim me parece, hoje, infelizmente, o Carnaval das Escolas de Samba de Porto Velho. Foi colocado o critério da entidade acima do carnaval municipal.

Por que dois pesos e duas medidas? A Asfaltão mereceu ser penalizada e a Diplomatas não?

Já diziam as crônicas e artigos, antes do carnaval: "O Presidente da FESEC não sai do Barracão da Diplomatas!"

Da mesma que em 2010, os dirigentes de outras agremiações ameaçaram desfiliar-se da Federação. Coisa que não acredito muito que venha a ocorrer. Pelo menos, não, pela Asfaltão. A dignidade de seus dirigentes e simpatizantes é muito superior. Superior a todos estes atropelos.

Mas causa-me pena a situação do Carnaval. Será que vale mais uma entidade do que o próprio evento?

Fica a pergunta.

E mais outra: Em 2012 a Diplomatas vai ser Penta? Vai receber uma taça de bolinhas também????

Eu heinnn................


Artur Quintela Gomes

Carta do Mestre Negão à Familia Asfaltão

Carta do Mestre Admilson Knightz à Família Asfaltão

Desde o seu retorno a elite do carnaval de Rua de Porto Velho o GRES Asfaltão, tem contribuído muito para o fortalecimento do nosso carnaval. Em cinco anos, conheci, convivi e principalmente, aprendi com a comunidade maravilhosa, o que é, não só uma escola de samba, mas uma escola de vida, raça, paixão, amor e doação, são estes sentimentos que a cada ano fortalece ainda mais o meu amor por esta agremiação e sinto a cada momento orgulho em fazer parte da família preta e amarela.

Nosso sentimento após mais um ano de desfile, é de dever cumprido, não simplesmente por ter colocado a escola na rua, mas com a consciência de ter feito o melhor, infelizmente o resultado não foi o esperado. Assim como todos os membros da escola não posso concordar com o critério de julgamento. Porém, não me esquivo, em momento algum, da responsabilidade. Para alguns, melhor acreditar em incompetência; para outros, irresponsabilidade e má fé do presidente da comissão de jurados e de algumas pessoas por ele indicada para o júri. Quaisquer que sejam as palavras ditas, não diminuirão a dor de uma comunidade apaixonada e de uma equipe que lutou, até o fim, para que o carnaval acontecesse de maneira justa e com total imparcialidade.

Hoje nossa escola é referencia no carnaval de Rua de Porto Velho, e como tal merece mais respeito por parte da FESEC, não podemos aceitar calado e de maneira passiva alguns fatos que vem ocorrendo nos últimos anos, sempre prejudicando nossa escola, nossa diretoria precisa fazer valer nossos direitos. É chegada a hora de juntarmos as forças e lançar guerra aos desmandos da atual direção da FESEC. Não sei qual a maneira correta, mas precisamos fazer valer nossos direitos mesmo que tenhamos que ir as barras da justiça comum.

Nos anos 90 na gestão do então presidente da FESEC o senhor Antonio das Chagas Campos “Cabeleira” foram seis títulos consecutivos da GRES Armário Grande, hoje na atual gestão compartilhada pelo senhor Eufrásio e Ariel Argobe já são quatro títulos seguidos conquistados pelo GRES Os Diplomatas do Samba, ai fica a pergunta no ar: será que estes títulos foram por merecimento ou favorecimento? Será que o GRES Asfaltão pra ser campeão terá que ter na direção da FESEC alguém diretamente ligado com a Escola? Pois eu respondo: NÃO. Queremos apenas honestidade e imparcialidade, não queremos títulos arranjados (roubados), queremos sim conquistar vitoria de maneira honesta, respeitando a todos e fazendo valer os critérios de julgamentos, pois é assim que fazemos carnaval.

A FESEC e algumas agremiações carnavalescas de Porto Velho precisam rever urgentemente os seus conceitos de se fazer carnaval de rua, pois corremos serio risco de ver nossas escolas de samba sucumbir com o tempo, como foi o caso da GRES Pobres do Caiari, Castanheira e a própria Diplomatas do samba que durante muito tempo ficou fora do nosso carnaval.

Um dos grandes problemas é que alguns dirigentes das nossas escolas de samba, não sabem conviver com as críticas por mais leve e branda que possa ser. O nosso samba merece ganhar maturidade e encarar cada crítica como algo positivo, não que sejamos donos da verdade, mas já é tempo de nossos dirigentes compreenderem a importância que representam as nossa escolas de samba para a cultura popular, chega de amadorismo, queremos sim dirigentes comprometidos com a nossa cultura, precisamos banir estes dirigentes que fazem do nosso carnaval um meio de sobrevivência. O poder publico precisa interferir, sim, no aspecto artístico da festa. Não podemos deixar que todas as decisões sejam tomadas pela FESEC, até porque a maioria de seus membros não possui nenhuma credibilidade, imparcialidade ou moral para defender os interesses do nosso carnaval.

Estou até agora indignado com tamanha aberração e inoperância de alguns membros da comissão de jurados durante o desfile das nossas escolas de samba em 2011, onde simplesmente fecharam os olhos para as falhas cometidas pela GRES “Os Diplomatas do Samba”, ignoraram completamente os critérios de avaliação, favorecendo claramente a referida escola vermelha e branca.

Ao rever as imagens do desfile do Diplomatas, fico imaginando o constrangimento das pessoas sérias que fizeram ou fazem parte daquela agremiação e conhecem os critérios de avaliação de um desfile de escola de samba, e pior é saber que o júri não foi justo, e sim no mínimo duvidoso. Sou Diplomatas do Samba desde criança e sei que este titulo mancha o nome da instituição e deixa indignados seus membros e fundadores, isso tudo nos remete a rever alguns conceitos:

Será que vale a pena ser campeão a qualquer custo????

Será que vale a pena ser vilão????

Sua máscara um dia cairá!!!!


ADMILSON MENEZES KNIGTHZ
Mestre de Bateria e Musico Profissional